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Título: Uso de latrinas por jaguatirica (Leopardus pardalis) em um remanescente de Mata Atlântica no sudeste do Brasil
Autor(es): Magalhães, Laura Martins
Orientador(es): Araujo, Ana Carolina Srbek de
Palavras-chave: Armadilha fotográfica - Comportamento - Comunicação interespecífica - Comunicação intraespecífica - Marcação territorial
Data do documento: 21-Mar-2019
Resumo: As latrinas consistem em locais com acúmulo de fezes, deposição de urina e/ou secreção glandular, funcionando como um elemento de comunicação inter e intraespecífico. O presente estudo objetivou caracterizar o uso de latrinas por jaguatiricas (Leopardus pardalis) em um remanescente de Mata Atlântica no sudeste do Brasil, considerando seu compartilhamento com outras espécies e com outros indivíduos da mesma espécie. O estudo foi realizado na Reserva Natural Vale (Linhares / ES), considerando o monitoramento de oito latrinas distribuídas em diferentes partes da reserva. Os dados foram obtidos por meio de armadilhas fotográficas (fotografias e vídeos), entre março de 2017 e janeiro de 2018. Para caracterização do uso das latrinas, foram analisados os comportamentos realizados por todas as espécies registradas. As jaguatiricas registradas foram identificadas (padrões individuais de coloração da pelagem), sexadas (caracteres sexuais externos) e classificadas quanto à classe etária. Foram obtidos 962 registros de vertebrados, sendo a Classe Mammalia (91,2%; 20 espécies) a mais registrada, seguido da Classe Aves (6,5%; 3 espécies) e da Classe Reptilia (2,3%; 1 espécie). Leopardus pardalis foi a espécie com maior número de registros (n=254; 29,0%), seguida do quati (Nasua nasua; n=169; 19,2%) e do cateto (Pecari tajacu; n=108; 12,3%). Dez tipos de comportamento foram registrados, sendo os mais detectados “Passou sobre a latrina” (n=541; 32,8%) e “Farejou o ambiente” (n=538; 32,6%). As espécies L. pardalis, N. nasua, mão-pelada (Procyon cancrivorus), irara (Eira barbara), tamanduá-de-colete (Tamandua tetradactyla), anta (Tapirus terrestris) e cutia (Dasyprocta leporina) interagiram diretamente com as latrinas. Foram identificados 22 indivíduos de L. pardalis, sendo oito machos adultos, 12 fêmeas adultas e duas fêmeas filhotes. Indivíduos machos foram registrados em mais de uma latrina (média=2,13 machos/latrina) e fêmeas em apenas uma (média=1,50 fêmea adulta/latrina). Sete latrinas tiveram registros de ambos os sexos e em apenas uma houve registro de filhote. Em quatro latrinas foram registrados casais (n = 5 pares). As latrinas confirmaram ser uma importante fonte de informações para estudo de L. pardalis, contribuindo também para o melhor entendimento de sua interação com outras espécies quanto ao uso de sítios de marcação territorial.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/722
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