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Título: Isolamento de adenovírus em amostras fecais de onça-pintada e jaguatirica provenientes de fragmento de Mata Atlântica do sudeste do Brasil
Autor(es): Machado, Ygor
Orientador(es): Srbek-Araujo, Ana Carolina
Palavras-chave: Adenoviridae - Amostragem não invasiva - Carnivora - Ecoepidemiologia - Leopardus pardalis - Panthera onca
Data do documento: 29-Abr-2022
Resumo: O presente estudo objetivou relatar a presença de adenovírus em amostras fecais de Panthera onca e Leopardus pardalis coletadas em um remanescente de Mata Atlântica no sudeste do Brasil e investigar a relação entre as presas identificadas e os registros virais, assim como discutir a importância destes carnívoros na manutenção ecológica dos ciclos virais na natureza. As amostragens foram realizadas na Reserva Natural Vale (Linhares / ES), por meio da busca ativa por amostras fecais, durante o período de maio de 2017 a dezembro de 2018. A identificação de material genético viral se deu por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) e as amostras positivas foram encaminhadas ao sequeciamento genético. As sequências obtidas foram comparadas com sequências previamente depositadas na plataforma GenBank. Foram obtidas 43 amostras fecais, sendo 11 (25,6%) de Panthera onca e 32 (74,4%) de Leopardus pardalis. Destas, sete amostras (16,3%) foram positivas para a presença de material viral, sendo quatro (36,4%) de Panthera onca, com o registro de sequências compatíveis com “Desmodus rotundus Adenovírus 1” e “Adenovírus Bovino 11”; e três (9,4%) de Leopardus pardalis, com registro de “Adenovírus Bovino 11”, “Adenovírus Quiróptero” e “Adenovirus Símio”. Dados de dieta não evidenciaram o consumo de gado-doméstico por felinos na área de estudo, sugerindo que a presença de “Adenovírus Bovino 11” nas amostras fecais possa estar relacionada ao consumo de espécies de ungulados silvestres infectados por este vírus ou à obtenção de sequências de novos vírus ainda não descritos para ungulados silvestres. Sugere-se que a possível transferência dos vírus para outros organismos também se aplique aos isolados virais associados a morcegos em amostras fecais de Panthera onca devido à inexistência de registros do consumo de quirópteros por este predador. Para Leopardus pardalis, entretanto, há registro de predação de morcegos e primatas na área de estudo, sendo possível traçar uma relação direta entre o isolado viral e as presas consumidas. Os resultados demonstram a presença de vírus possivelmente relacionados à dieta dos predadores, assim como levanta a hipótese destas espécies estarem contribuindo com a dispersão e manutenção desses microorganismos no ambiente. Sugere-se a continuidade de estudos relacionados às análises de adenovírus em amostras fecais de felinos selvagens, incluindo análises filogenéticas para melhor identificação dos isolados, esclarecendo a participação dos carnívoros na manutenção dos ciclos ecológicos e epidemiológicos virais e sua atuação como potenciais reservatórios.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/900
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