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Título: Testosterona e avaliação audiológica em homens de 40 a 55 anos
Autor(es): Barbosa, Nara Carolina Mateus Rabello
Orientador(es): Andrade, Tadeu Uggere de
Palavras-chave: Testosterona - Audiometria - Perda auditiva - Altas frequências - Emissões otoacústicas - Potencial evocado auditivo
Data do documento: 26-Jun-2015
Resumo: Diversos trabalhos têm abordado a ação dos hormônios sobre a audição. Enquanto o estrogênio age de forma otoprotetora sobre estruturas da cóclea como ganglio espiral, células ciliadas e estria vascular, o papel da testosterona sobre a audição não é tão claro. Depois de pesquisas mostrando respostas nas emissões otoacústicas melhores nos recém nascidos do sexo feminino do que os do sexo masculino, outros trabalhos avaliando a ação da testosterona sobre a audição puderam demonstrar que a exposição no período pré-natal a níveis elevados desse hormônio implica em redução das respostas das emissões otoacústicas. Alguns associando a testosterona à audição utilizam exames objetivos e outros, realizam essa associação apenas por meio da audiometria de altas frequências - subjetivo. Dessa forma, torna-se importante que a correlação entre a testosterona e a audição seja realizada tanto por exames objetivos quanto por subjetivos, os quais possibilitem não só detectar a alteração auditiva, mas também traçar o perfil audiológico desses sujeitos. Objetivo: O trabalho teve como objetivo traçar o perfil audiológico de homens saudáveis de 40 a 55 anos e correlacionar as alterações observadas com os valores sanguíneos da testosterona. Metodologia: O estudo transversal envolveu a seleção de 51 homens entre 40 e 55 anos, sem queixas auditivas, que obedeceram aos critérios de exclusão. Os voluntários foram submetidos à afereição da pressão arterial, à coleta de sangue e à avaliação audiológica completa (imitanciometria, audiometria tonal extendida para altas frequências, audiometria vocal, emissões otoacústicas evocadas transientes – EOAt - e potencial evocado auditivo de tronco encefálico - PEATE). Em seguida, os valores da testosterona foram correlacionados com os resultados de cada exame auditivo. Para análise da audiometria tonal as frequências de 0,25KHz a 16KHz foram divididas em três intervalos. Quando verificada a presença de alteração, o grupo dos indivíduos com alteração (A) foi separado dos indivíduos sem alteração – normais (N), permitindo assim, a análise entre os dois grupos e sua correlação com os níveis da testosterona. O estudo foi previamente submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Vila Velha. Todos os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram expressos como a média mais ou menos o erro padrão da média (E.P.M.). Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para análise da normalidade dos dados. Para a análise de variância, aplicou-se o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis seguido do teste U de Mann-Whitney. E a correlação entre as variáveis foi feita por meio do teste de correlação de Spearman. Aceitou-se como nível de significância 5% (P<0,05). Resultados: 49 voluntários realizaram a coleta de sangue, a aferição da pressão arterial e todos os exames audiológicos. A idade média dos voluntários foi de 47,5±0,7 anos. A média da pressão arterial sistólica encontrada encontra-se dentro dos parâmetros da normalidade. Não houve correlação entre testosterona e a pressão arterial quando realizada a análise entre grupo N e A. A imitanciometria mostrou valores normais bilateral, compatível com integridade de orelha média em ambas orelhas. Na audiometria vocal os voluntários apresentaram limiar de reconhecimento de fala também nos parâmetros da normalidade. Na audiometria tonal foi observada correlação negativa entre a testosterona e os limiares auditivos nos intervalos 01, 02 e 03 da orelha direita e nos intervalos 02 e 03 da orelha esquerda (P<0,05). Nos intervalos 02 e 03 de ambas orelhas foi encontrado P<0,05 na correlação dos limiares alterados com os valores aumentados da testosterona. Observou-se portanto, a correlação significativa entre os valores aumentados da testosterona e a perda auditiva em altas frequências. Verificou-se ainda correlação significativa entre testosterona e as amplitudes das emissões do lado direito e o aumento da latência da onda V bilateral com correlação com a testosterona também do lado direito. Contudo, esse aumento não ultrapassa o valor de 6,3ms, caracterizando portanto a perda auditiva sensorionaural. Conclusão: Observou-se a correlação entre a testosterona o perfil audiológico, representado por uma perda sensorioneural em altas frequencias, de homens saudáveis. A ação deletéria sobre a audição foi observada principalmente em altas frequências estando as dosagens da testosterona ainda normais. O estudo sugere portanto que níveis elevados da testosterona podem oocasionar lesões nas estruturas do órgão de Corti da cóclea, levando à piora dos limiares auditivos, verificados primeiramente nas altas frequências.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/225
Aparece nas coleções:Dissertação de Mestrado

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