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Title: Conservação do Sabiá-da-Praia Minus gilvus (aves:mimidae) em uma reserva de restinga na região Sudeste do Brasil
Authors: Araujo, Luiz Carlos de
metadata.dc.contributor: Soares, Charles Gladstone Duca
Keywords: AVP - Extinção - Manejo - Vortex - Conservação
Issue Date: 31-May-2016
Abstract: O sabiá-da-praia (Mimus gilvus) é uma espécie de ave pertencente à Ordem Passeriformes e à Família Mimidae, com ocorrência no Brasil apenas em restinga de formação arbustiva aberta de Clusia hilariana. Informações a respeito de sua biologia são escassas, assim como sobre suas respostas a alterações ambientais e sobre a viabilidade das populações desta espécie. O objetivo geral deste trabalho foi estudar a história de vida e os atributos demográficos de M. gilvus em uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Restinga na região sudeste do Brasil, gerando dados necessários para realizar uma Análise de Viabilidade Populacional (AVP) local. A partir do monitoramento de ninhos em três estações reprodutivas consecutivas foram definidas estimativas de diversos parâmetros da nidificação de M. gilvus. Seu período reprodutivo coincide com o aumento dos índices pluviométricos na região, como vem sendo demonstrado em diversos estudos de aves tropicais. Seu ninho tem formato de cesto ou tigela, com o casal participando de sua construção e nunca o reutilizando. O tamanho médio da ninhada foi de 2,4 ± 0,5 ovos e semelhante com outros estudos com a espécie. O tempo médio de incubação foi de 14,4 ± 0,6 dias, sendo um pouco maior do que o encontrado em outros estudos da mesma espécie e idênticos a outras espécies da Família Mimidae. O tempo médio de permanência dos filhotes sendo alimentados no ninho foi de 12,9 ± 0,9 dias, superior ao encontrado para a mesma espécie nas restingas do nordeste brasileiro. A predação de ninho foi de 62,2 ± 4,1%, sendo essa a principal causa de perda de ninhada, com resultado parecido ao encontrado para a espécie nas restingas dos nordeste brasileiro. A probabilidade de sobrevivência estimada através do Método de Mayfield e do programa MARK 8.0 ficou idêntica com média de 31,3 ± 4,3%, podendo se considerada baixa quando comparada a outros estudos realizados no Brasil em ambientes abertos e com ninhos em forma de cesto. A distribuição espacial e os aspectos demográficos da população foram definidos por meio de marcação, recaptura e observação dos indivíduos. Foi detectado dentro da área de estudo o total de 43 territórios de M. gilvus e cada território variando entre 2 a 6 indivíduos. O território possui área média de 3,2 ha, podendo ser considerado relativamente pequeno para uma espécie do seu porte (61 gramas). O território é do Tipo A, onde a espécie realiza durante o ano todas as suas atividades como forrageamento e nidificação, confirmando um dos sistemas territoriais predominantes nos Passeriformes tropicais. O número médio de indivíduos por território foi de 2,2 ± 0,2, onde os indivíduos anilhados permaneceram sempre fiéis ao território. O número médio de indivíduos na população foi de 93 ± 7, com demonstração de uma tendência de declínio populacional e não está relacionada ao efeito densidade. A maioria dos territórios monitorados foi composta somente pelo casal adulto ou o casal adulto e o jovem nascido na própria estação ou na estação anterior. A razão sexual da população não diferiu do esperado 1:1 (macho x fêmea), onde 75,9% dos territórios são compostos somente pelo casal e 24,1% são compostos pelo casal e mais outros membros de sexo indeterminado. O tamanho populacional efetivo (número de indivíduos reproduzindo) foi de 86 indivíduos. A densidade populacional foi de 0,6 indivíduos.ha-1, sendo maior que as densidades encontradas em outras restingas da região sudeste do Brasil para a espécie. A taxa de sobrevivência anual para adultos foi de 0,77 e está dentro do intervalo das taxas de sobrevivência das espécies de aves tropicais. A taxa de eclosão média dos ovos foi de 0,89 ± 0,05 e semelhante a outras espécies de aves. A taxa média de fecundidade foi de 0,64 ± 0,14, sendo menor que as encontradas para outras espécies de aves. Foi realizada uma Análise de Viabilidade Populacional (AVP) e determinada à opção de manejo mais adequada. Foi utilizado o programa VORTEX version 10 para simular diferentes cenários para diversas análises de condições em que a população de M. gilvus pode existir na área de estudo. Os resultados encontrados sugerem que o status de conservação da população de M. gilvus na APA-Setiba requer cuidados imediatos, dado que todos os cenários encontrados apresentaram riscos de extinção. É importante a implantação imediata de estratégias de manejo voltadas para aumento da fecundidade e sobrevivência de adultos. E duas melhores opções de estratégia de manejo foram a proteção de ninhos e o controle de queimadas.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/373
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