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Título: Dieta e áreas de distribuição potencial de Lontra longicaudis (Carnivora: Mustelidae) na porção sul do corredor central da Mata Atlântica, sudeste do Brasil
Autor(es): Braga, David Costa
Orientador(es): Rossi Junior, João Luiz
Srbek-Araujo, Ana Carolina
Palavras-chave: Adequabilidade - Amostra fecal - Detecção indireta - Lontra neotropical - Predação
Data do documento: 29-Jun-2016
Resumo: A lontra neotropical (Lontra longicaudis) é o principal carnívoro topo de cadeia alimentar em ecossistemas aquáticos na Mata Atlântica, sendo atribuído à espécie um importante papel no controle de populações de presas e regulação de comunidades aquáticas. Apesar da espécie possuir ampla distribuição geográfica e ser relativamente tolerante a alterações ambientais ocasionadas pelo homem, a degradação dos habitats aquáticos e a caça podem ser apontadas como as principais causas de extinção local de suas populações. A presente tese teve como objetivos: I) descrever a dieta da lontra em diferentes bacias hidrográficas do Espírito Santo, por meio da análise de amostras fecais, verificando a existência de diferenças na dieta entre as regiões hidrográficas, caracterizando a dieta quanto a integridade biótica, baseada na ocorrência de peixes, como também caracterizado a integridade ambiental baseada na quantidade de florestas; II) determinar variáveis ambientais importantes para predição do habitat ocupado pela lontra, por meio de modelagens de distribuição potencial, para avaliação das áreas mais representativas para a conservação da espécie no Espírito Santo, além de verificar a cobertura de áreas protegidas em relação às áreas mais adequadas. A dieta da lontra foi predominantemente piscívora. Os peixes da Família Cichlidae (principalmente exóticos) foram os mais consumidos, seguidos por crustáceos da Família Palaemonidae. A variação registrada para a dieta da lontra se mostrou independente das regiões de estudo, o que pode estar relacionado com a variabilidade alimentar apresentada entre os rios/trechos de cada região, que por sua vez, pode ser influenciada pelas diferenças na estrutura dos habitats, incluindo a composição da biota aquática. Em relação à distribuição potencial, a precipitação, a altitude e a temperatura foram os fatores abióticos que mais influenciaram a previsão da adequação de áreas para a lontra em ambos os modelos. O sucesso de previsão foi maior frente às variáveis bióticas de densidade da população humana e cobertura de florestas. As áreas atualmente mais adequadas estão situadas próximas ao mar, na planície costeira, ao longo dos grandes rios, na região serrana centro-sul e próximas ao Parque Nacional do Caparaó (extremo sudoeste do estado). Uma pequena fração (~ 5%) do habitat classificado como mais adequado está em áreas protegidas. O estudo da dieta da lontra demonstrou que a maior parte das presas consumidas nas regiões estudadas está composta por peixes exóticos, o que sugere alteração das características naturais e o comprometimento da integridade biológica dos ecossistemas aquáticos. A modelagem forneceu informações para um melhor entendimento da distribuição potencial da lontra, indicando os fatores que mais influenciam a previsão da adequação das áreas para a espécie, incluindo sua interação com fatores antrópicos, podendo ser úteis como ferramentas de gestão para conservação da espécie.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/479
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