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Título: Benefícios do probiótico kefir na hipertensão experimental: mecanismos centrais e periféricos
Autor(es): Silva, Mirian de Almeida
Orientador(es): Andrade, Tadeu Uggere de
Biancardi, Vinicia Campana
Palavras-chave: Probióticos - Hipertensão - Doença intestinal - Atividade simpática - Microglia
Data do documento: 8-Jul-2019
Resumo: Probiótico kefir diminui a pressão arterial e promove melhoria geral na função cardiovascular em animais hipertensos. A hipertensão envolve diversos mecanismos e está associada à disbiose do intestino, pocessos inflamatórios e à desregulação do eixo do intestino-cérebro.Trabalhos anteriores mostraram que os tratamentos probióticos exercem efeitos cardiovasculares benéficos em humanos e modelos animais de hipertensão. Com base nisso, levantamos a hipótese de que ambos os mecanismos mediados perifericamente e centralmente podem fundamentar os efeitos anti-hipertensivos do kefir.Nós avaliamos o efeito do tratamento a longo prazo com kefir na anatomia e fisiologia intestinal, na inflamação e controle simpático central, bem como na hipertrofia e melhora da função cardíaca (contratilidade cardíaca e proteínas de manuseio de cálcio) em ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Ratos normotensos machos (WKYs) e SHRs foram separados em três grupos: SHRs tratados com leite fermentado pelos grãos de kefir (5%; SHR-Kefir; gavagem oral, 0,3mL / 100g / 9 semanas) e WKYs e SHRs tratados com leite. No final do tratamento, a pressão arterial média (PAM) e a frequência cardíaca (FC) foram medidas. Análises hitológicas da parede intestinal do jejuno foram realizadas (células de Paneth/cripta e espessura da túnica muscular) bem como níveis séricos de lipopolissacarídeos (LPS) foram medidos a fim de identificarmos a saúde da barreira intestinal. A ativação da microglia e atividade simpática central (avaliada por meio da expressão da enzima tirosina hidroxilase (TH) foram analisadas por imunohistoquímica, no núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) e medula ventrolateral rostral (RVLM). Além disso, avaliamos fisiopatologias do coração envolvendo hipertrofia cardíaca (razão peso do VE/peso corporal) e parâmetros hemodinâmicos (pressão sistólica do ventrículo esquerdo (PSVE), constante de tempo de relaxamento isovolumétrico do ventrículo esquerdo (Tau), decaimento máximo e mínimo da pressão (+/- dP/dt) por meio de implantação do cateter ventricular esquerdo. Por fim, a expressão de proteínas envolvidas no manuseio do Ca2+(PLB, e fosforilada (p) -PBL) e retículo sarcoplasmático de Ca2+-ATPase (SERCA2a) foram determinados por Western blot. Nove semanas de tratamento com kefir reduziu a PAM e FC nos animais hipertensos. No intestino o kefir normalizou o número de células de Paneth e a espessura da túnica muscular intestinal. O kefir também normalizou níveis séricos de LPS. No cérebro, a ativação de microglia e expressão de TH, no PVN e RVLM, foram normalizadas enquanto que no coração o tratamento com kefir reduziu a hipertrofia cardíaca, melhorando a função cardíaca por meio da melhoria da contratilidade cardíaca e proteínas de manuseio de cálcio. Juntamente, nossos dados mostram que o tratamento em longo prazo com kefir reduziu a pressão sanguínea por mecanismos que envolvem a melhora da integridade estrutural e funcional da parede intestinal, possível melhora da ruptura da barreira intestinal, proteção contra neuroinflamação e redução da hiperatividade simpática em núcleos cardiovasculares do cérebro, bem como a redução da hipertrofia cardíaca e melhora da função cardíaca.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/542
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