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Título : Um estudo sobre o suicídio em policiais militares do Espirito Santo: indicadores protetivos e de risco
Autor : Gomes, Caio César de Farias
metadata.dc.contributor: Herkenhoff, Luciana Souza Borges
Herkenhoff, Henrique Geaquinto
Palabras clave : Comportamento Suicida - Policiais Militares - Indicadores Protetivos - Indicadores de Risco
Fecha de publicación : 16-may-2019
Resumen : O presente estudo teve como objetivo geral analisar os indícios de comportamento suicida e seus fatores protetivos e de risco em policiais militares. No que se refere aos objetivos específicos, foram analisados os seguintes aspectos: I – perfil socioeconômico; II- trajetória profissional; III - o trabalho na Polícia Militar; IV- o fazer policial; V – capital social e redes sociais; VI – nível de estresse; e VII – os motivos para viver relacionados aos fatores de risco e proteção para comportamentos suicidas. Para tanto, partiu-se de uma análise quali quantitativa ,em uma amostra composta por 37 policiais militares ,de ambos os sexos (89% homens e 10,8% mulheres),locados em um batalhão militar na cidade de Vila Velha – ES. Foram utilizados dois instrumentos que permitiram a investigação e análise dos estudos propostos: “Questionário de Vida e Valorização do Profissional de Segurança Pública no Brasil” e “Escala Motivos para Viver” (EMVIVER). Quanto à análise dos dados, foram utilizados os métodos descritivos e exploratórios. Em relação aos resultados, no que se refere ao perfil socioeconômico, a amostra indicou que a maioria dos participantes são casados(as) ou amasiados(as), possuindo ao menos um filho. Além disso, a maior parte dos policiais possuem algum tipo de religião ou acreditam em um ser superior. Desse modo, percebe-se que tanto a família quanto a religião, aparecem como um importante e presente indicador protetivo na presente população. Quanto à trajetória profissional, no que se refere ao posto ou graduação dos policiais, a maior parte da população pesquisada foi composta por praças. Assim, foi possível verificar que a grande maioria dos entrevistados exercem atividades operacionais, executando as ordens emitidas por oficiais na realização das atividades. Em relação ao trabalho na Polícia Militar, os resultados apontaram que a maioria dos participantes disseram não estarem satisfeitos com o trabalho, a infraestrutura e recursos materiais de trabalho, o salário bruto mensal, a assistência médica, o regulamento disciplinar da Polícia Militar, as oportunidades de ascensão na carreira e a valorização social do trabalho. Desse modo, os resultados apontaram para importantes fatores de risco ao estresse e adoecimento mental, evidenciando possíveis indícios ao comportamento suicida. Entretanto, em relação aos fatores protetivos, os resultados demonstraram a existência de laços afetivos entre os policiais pesquisados, ou seja, a maioria dos participantes disseram estar satisfeitos com o vínculo e a formação de amizades entre os colegas de trabalho. Quanto ao fazer policial, quase todos os policiais disseram nunca ter sofrido ferimentos por arma de fogo, seja no serviço ou em período de folga, entretanto, alguns entrevistados relataram ter participado de uma operação em que o colega policial foi ferido por arma de fogo. Já em relação à perda de um amigo policial por morte violenta (acidente, homicídio ou suicídio), a maior parte dos policiais disseram já ter perdido um amigo dessa forma. Assim, apesar da grande maioria dos policiais não terem sofrido ferimentos no serviço ou em período de folga, foi possível verificar uma exposição a tais agressões, mesmo que referente aos colegas ou aos companheiros policiais. Quanto à formação de capital social e redes sociais, os resultados demonstraram que a maior parte dos participantes não confiam nas pessoas, demonstrando certa particularidade nas inter-relações. Quanto à sociabilidade, os dados apontaram que a família é mais presente nos momentos de lazer e afazeres fora do ambiente de trabalho. A maior parte dos policiais disseram dialogar e brincar frequentemente com os seus filhos e esposa(o). Poucos disseram participar de atividades com amigos. A maior parte dos policiais disseram nunca ou quase nunca participarem de tais atividades com colegas de trabalho. Desse modo, verificou-se que a família é um importante fator protetivo para esses profissionais, mostrando-se presente e ativa junto aos policiais. Foi possível verificar restrições quanto à sociabilidade em relação a amigos e colegas de trabalho. Já em relação ao nível de estresse dos participantes, os resultados demonstraram a existência de importantes sinais e sintomas manifestados nas condições de saúde desses profissionais. Desse modo, a maior parte dos policiais apresentaram problemas com o sono, dificuldades de concentração e sensação de cansaço ao menos uma vez ao dia. Além disso, alguns policiais relataram ter tido ideações e tentativas de suicídio. Portanto, foi possível verificar um elevado grau de estresse na população pesquisada, sendo manifestado pelas dificuldades do sono, de concentração, na fadiga e na falta de energia na realização de atividades e, até mesmo, em comportamentos autodestrutivos, como nas ideações e tentativas de suicídio. Por fim, poucos policiais disseram conhecer algum programa de prevenção de suicídio na Polícia Militar, demonstrando, assim, a importância de maiores investimentos em ações e intervenções relacionadas a tais fatores, uma vez que há indícios de fatores de comportamento suicida na presente amostra, manifestado através do nível de insatisfação, do grau de estresse e da existência de ideações e tentativas de suicídio por partes de alguns policiais. No que se refere aos motivos para viver, os resultados mostraram que a maioria dos policiais participantes dessa pesquisa demonstraram motivos para viver nas três categorias investigadas: I- Relações Significativas; II- Amor pela Vida; e III- Virtudes. Desse modo, os resultados da pesquisa apontaram que, na amostra investigada, ter relações significativas, amor pela vida e possuir virtudes, entre elas a fé em um ser superior, são fatores protetivos à vida, reduzindo assim o risco ao suicídio. Os dados obtidos nesse estudo permitiram analisar que o policial militar, em sua ocupação profissional, faz parte de um grupo de risco de morte por suicídio. Fatores como o ambiente de trabalho, o estresse ocupacional e o trabalho ostensivo, entre outros, colaboram para tal fenômeno, afetando diretamente a saúde mental desses indivíduos. Por outro lado, a valorização desse profissional, um ambiente de trabalho saudável, boa convivência com amigos e familiares, são fatores protetivos e que podem, e devem, ser incrementados pelos governantes e responsáveis pelas corporações militares para garantia da vida com qualidade e diminuição de comportamentos suicidas.
URI : https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/554
Aparece en las colecciones: Segurança Pública (Dissertações)

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