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Título: Do privado ao público em um contexto de injustiça ambiental: um estudo de duas comunidades às margens do canal da costa - Vila Velha (ES, Brasil)
Autor(es): Monteiro, Túlio Gava
Orientador(es): Da Silva Rosa, Teresa Cristina
Palavras-chave: Justiça ambiental - Vulnerabilidade - Problema público - Problema ambiental - Vila Velha
Data do documento: 25-Mai-2016
Resumo: Esta pesquisa visou verificar em que medida a existência ou não da publicização dos problemas ambientais contribui para a conquista da justiça ambiental. Ela se fundamenta na desigualdade social que aflige atualmente o território brasileiro decorrente de uma história vinculada ao desrespeito e à exploração de grupos sociais politicamente minoritários. Nas áreas urbanas, essa desigualdade adquire feições espaciais ao relegar áreas marginais, com precária infraestrutura, às comunidades pobres. Estas, são caracterizadas por uma vulnerabilidade social acoplada a uma submissão ao risco. Características que, associadas a uma intencionalidade perversa, configura a situação desses grupos em uma questão de injustiça ambiental. Por sua vez, esta injustiça reflete uma constelação de problemas que podem ou não serem percebidos pelos indivíduos que sofrem com eles. Quando o são, estas pessoas podem lidar com os problemas de forma individual, como, também, podem, por outro lado, mobilizar se e associar se para investigar, problematizar e publicizar os problemas. Para tanto, elegemos como locus empírico duas comunidades situadas nas margens do Canal da Costa, na extremidade oeste do bairro de Itapoã, Vila Velha, Espírito Santo. Além de um acesso precário à infraestrutura pública e da fragilidade da estrutura física das moradias, elas convivem com enchentes, com o odor pútrido emitido pelo valão, com o lixo e, em um caso específico, com o depósito de resíduos do fundo do canal. Através do método de inspiração etnográfica, aliado à participação observante e à aplicação de entrevistas, busquei revelar a complexidade da realidade dessas comunidades. Elas se veem privadas de bens, de capacidades, de poder político e de respeito. Refletem situações de injustiça ambiental que se perpetuam ou se minimizam, em razão de uma individualização dos problemas e de uma publicização fragilizada.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/775
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