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Título: Caracterização físico-química e potencial bioativo de mel de abelhas sem ferrão e africanizada ocorrentes no Espírito Santo
Autor(es): Fiorotti, Larissa Lima
Orientador(es): Endringer, Denise Coutinho
Palavras-chave: Mel - Características físico-químicas - Antioxidante - Quimioprevenção de câncer - Estação sazonal
Data do documento: 27-Jul-2021
Resumo: O mel, proveniente do néctar das flores, é um importante produto das abelhas, com propriedades adoçante e terapêutica. No entanto, a composição físico-química do mel pode variar conforme uma série de fatores, que podem estar direta ou indiretamente relacionados com as abelhas e o meio em que vivem. O conhecimento sobre a composição química e a atividade biológica do mel de espécies de abelhas ocorrentes no Espírito Santo ainda é escasso. O objetivo desse estudo foi analisar as características físico-químicas e avaliar as atividades antioxidante, citotóxica e quimiopreventiva de câncer do mel de abelhas sem ferrão e com ferrão, comparando entre espécies e estações sazonais (seca e chuvosa). Os parâmetros físico-químicos avaliados foram: açúcares redutores e totais, sólidos solúveis totais, umidade, pH, acidez total, polifenóis totais, flavonoides, ESI-FT-ICR MS (Espectrometria de Massas com Ionização por eletrospray e Ressonância Ciclotrônica de Íons por Transformada de Fourier). A atividade antioxidante foi investigada pelos métodos de DPPH (2,2-Diphenyl-1-picrylhydrazyl) e FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power) e os efeitos citotóxicos foram avaliados pelo método colorimétrico do MTT. Para avaliação do efeito quimiopreventivo de câncer foram empregados o ensaio de indução da quinona redutase e o ensaio de inibição de NF-κB (Fator de Transcrição Nuclear Kappa B). Os resultados obtidos apontaram que os méis avaliados possuem teores de açúcar redutor que variaram de 36,22% a 66,85%, açúcar total de 39,18% a 68,92%, sólidos solúveis totais de 68,20% a 70,63%, umidade de 22,93% a 31,10%, pH de 3,17 a 4,07 e acidez livre de 20,96 a 171,84 mEq kg-1. Os valores de méis de abelha sem ferrão para açúcares redutores demostraram que 60% das amostras obtiveram teores inferiores ao mínimo recomendado pela legislação estadual (IDAF); para a acidez livre, 50% das amostras apresentaram valores acima do recomendado. Quanto à avaliação de sazonalidade, os açúcares redutores e totais, pH e acidez livre não apresentaram diferença significativa entre as estações, entretanto sólidos solúveis totais e umidade apresentaram valores maiores nas estações chuvosa e seca, respectivamente. Os valores de polifenóis e flavonoides variaram de 14,68 a 99,97 mgEAG.100 g-1 e 4,52 a 13,27 mgQE.100g-1, respectivamente, e não apresentaram diferenças estatísticas de acordo com a estação sazonal amostrada. De acordo com o espectro de massa, identificou-se açúcares, ácidos fenólicos, flavonoides, xantona, cumarina, naftoquinona, epicatequina e fenol simples nos méis analisados. Os méis apresentaram valores de FRAP que variaram de 125,2 a 394,36 μmol Fe II 100 g-1 e de DPPH (IC50) que variaram de 16,25 a 64,4 mg.mL-1, e apenas FRAP apresentou diferença significativa para as diferentes estações amostradas. Vale destacar que os méis desse estudo não apresentaram citotoxicidade e os méis de Melipona quadrifasciata e Tetragona clavipes coletados na estação seca, apresentaram indução da quinona redutase. Neste sentido, o mel de Melipona capixaba coletado na estação seca apresentou inibição do NF-κB acima de 70%. Os dados obtidos demonstram uma variação da composição físico-química e potencial bioativo dos méis das abelhas analisadas, de modo que estas observações encontradas apontam uma necessidade da elaboração de uma legislação que considere características dos méis de acordo com as espécies, sazonalidade e ecossistemas.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/852
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