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Título: Kefir e antiepilépticos: neuroproteção em modelo experimental de crises convulsivas
Autor(es): Belisário, Eduarda de Souza
Orientador(es): Campagnaro, Bianca Prandi
Aires, Rafaela
Palavras-chave: Epilepsia - Probiótico - Antioxidante - Estresse oxidativo - Disbiose
Data do documento: 13-Fev-2023
Resumo: A epilepsia é uma doença neurológica com alta prevalência global caracterizada por alterações paroxísticas anormais na atividade elétrica dos neurônios com consequências cognitivas, sensoriais, motoras e psiquiátricas. A etiologia multifatorial está relacionada ao aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica (BHE), consequente aumento de citocinas inflamatórias e estresse oxidativo cerebral favorecendo à disfunção neuronal. Embora os fármacos antiepilépticos (FAEs) combaterem os fatores causais das convulsões o seu uso não impossibilita o desenvolvimento da epilepsia. Os resultados insatisfatórios são provenientes da refratariedade ao tratamento, aumento da taxa de morbidade, mortalidade e, mais recentemente, tem-se observado a participação da disbiose intestinal. Neste contexto, a busca por terapias coadjuvantes não farmacológicas com probióticos se demonstra promissora, especialmente através da modulação da microbiota intestinal. Assim, o probiótico kefir - um nutracêutico com comprovadas ações antioxidantes e anti inflamatórias- hipotetizamos ser importante para auxiliar o tratamento da epilepsia. Logo, este estudo translacional teve como objetivo avaliar se o consumo de kefir isolado e associado aos FAEs poderia reduzir a quantidade, severidade e período de latência das crises convulsivas em um modelo experimental de epilepsia induzidas por pentilenotetrazol (PTZ) em camundongos. Noventa camundongos C57 machos, foram distribuídos aleatoriamente em 9 grupos (n=10), que receberam diazepam (10mg/Kg), levetiracetam (50mg/kg), kefir artesanal (300µL/Kg), kefir comercial (300µL/Kg), kefir e diazepam (300µL/Kg; 10 mg/Kg); kefir e levetiracetam (300µL/Kg; 50 mg/Kg); kefir comercial e diazepam (300µL/Kg; 10mg/Kg); kefir comercial e levetiracetam (300µL/Kg; 50mg/Kg), à exceção do grupo controle, que recebeu apenas solução salina. O tratamento foi realizado por um período de 5 dias antes da administração do PTZ (60 mg/Kg). No sexto dia, após a administração, foram realizadas as filmagens (30min) e interpretadas pela Escala de Raccini modificada, quantificando os scores, total de crises, período de latência e tipos de crises. Após a eutanásia, o sangue total e cérebro foram coletados para análise de estresse oxidativo, apoptose, oxidação proteica, peroxidação lipídica e quantificação de neurônios. Como resultado, os camundongos submetidos ao tratamento com probióticos atenuou as crises convulsivas, aumentou o período de latência, reduziu a geração de espécies reativas de oxigênio e apoptose, além de reduzir a expressão de oxidação de proteínas e peroxidação lipídica cerebral e plasmática evidenciando os efeitos neuroprotetores do probiótico kefir. Portanto, o consumo de probióticos demonstrou ser promissor como coadjuvante na atuação com antiepilépticos.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/987
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