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Título: A igreja Universal do Reino de Deus e a tecnologia de produção de sujeitos: subjetividades heteronormativas e performatividade familiar
Autor(es): Marchesi, Valéria Barros dos Santos
Orientador(es): Rosa, Pablo Ornelas
Palavras-chave: Família Tradicional - Neoconservadorismo - Neopentecostalismo - Heteronormatividade
Data do documento: 27-Jan-2020
Resumo: Esta pesquisa se lança sobre os discursos e práticas pastorais da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) na produção de sujeitos generificados, em uma trama na qual a mulher assume o fulcro familiar, se constituindo como principal alvo de agenciamento. Diante disso, problematizo: estariam e em que medida as técnicas de constituição do comportamento sexual e de modelação do arranjo familiar servindo a uma estratégia de poder que transcende objetivos religiosos? O objetivo é compreender como a IURD orienta seus fiéis, e essencialmente as mulheres, em questões acerca de gênero, sexualidade e a preservação da família heterossexual. A hipótese que tenciono é: a IURD opera como uma tecnologia de poder produtora de sujeitos politicamente dóceis e economicamente úteis, com fins de fortalecer seu projeto de hegemonia conservadora nos costumes, marcada pela família tradicional patriarcal, na política, pela orientação do voto, e no campo econômico, pela TP de orientação neoliberal. Como base teórica metodológica utilizei as noções de Michel Foucault que tencionam acerca dos múltiplos dispositivos e tecnologias de poder que incidem sobre os sujeitos, com fim de modelagem subjetiva dos mesmos, adotando o método etnográfico da observação participante no Templo de Salomão em São Paulo-SP, bem como na maior sede da IURD no Espírito Santo-ES, a Catedral de Vitória. Verificamos que o homem e a mulher têm suas subjetividades definidas como alvo de seus dispositivos pastorais de dominação e imposição de verdades. Assim, a IURD desloca-se de um lugar meramente inscrito na esfera religiosa e emerge como uma tecnologia produtora de sujeitos. A família aqui descrita emerge como modelo de arranjo assaz favorável a um cenário neoconservador e neoliberal, bem como, pelo que tenciono como “pedagogia do voto”, os sujeitos religiosos convertem-se para atuarem também como sujeitos políticos.
URI: https://repositorio.uvv.br//handle/123456789/512
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